No Domingo estive em casa do David e da Vanda, dois amigos meus. Pelo meio de um sem número de conversas, apareceu-me a Vanda com um filme na mão, que me aconselhou e logo se predispôs a emprestar. Não conhecia o filme, não tinha sequer ouvido falar sobre ele, mas fiquei imediatamente cativado com a capa, que podem ver no canto superior direito deste post. Os meus parabéns a quem tratou do marketing do filme...
O filme chama-se "Temporada de Patos" e é de um realizador mexicano, cujo trabalho ainda não conhecia, chamado Fernando Eimbcke. Esta é a sua primeira e, até à data, única longa-metragem e foi realizada em 2004.
Segunda feira fui até casa de outro amigo, o Roxo, e decidi-me a levar o filme comigo, até porque a ideia era passar um serão cinéfilo. No final, um grande bem haja à Vanda por mo ter emprestado e um simultâneo bem haja ao Roxo por mo ter permitido visionar! Que bela descoberta!
O filme tem como cenário de fundo a casa de dois miúdos pré-adolescentes que se apanharam de rédea solta, sem a respectiva progenitora. Aqui, para além dos dois miúdos, vão-se reunir uma vizinha adolescente mais velha que eles e um entregador de pizzas na casa dos trinta anos. Tudo acontece quase fortuitamente e, a final, assiste-se a uma espécie de simbiose entre todos.
Temporada de patos é um filme algo estranho do ponto de vista da estrutura narrativa. Aliás, não digo estranho, mas complexo. Isto porque nunca é fácil imaginar uma história onde ela aparentemente não existe...
No encruzar das histórias destas quatro personagens vão-se debatendo assuntos bem sérios e densos. Desde a sexualidade ao amor, passando pelo trabalho, pela liberdade e pela concretização de objectivos.
A fotografia é muito boa, facto que notamos mal o filme começa! Gostei muito do quadro dos patos... é sempre reconfortante pensar que se pode viver nele... na liberdade...
Deixo uma fala do filme, muito bonita, que aparece na contracapa do DVD e para a qual a Vanda já me tinha alertado (Bem haja novamente!):"Muitas vezes os patos... ...sentem uma grandenecessidade de emigrarisso não significa que um pato que emigre seja um pato mau,mostra apenas que é a sua naturezaque o faz emigrarprocuram águas novasou climas mais quentes.Sei lá, são patos..."