Match Point
Woody Allen de regresso, desta vez sem um papel de actor no filme, concentrando-se, mais e com maior empenho, na realização. Match point é um filme diferente, diferente sobretudo por não ser habitual em Allen, não se comparando sequer ao período "Bergmaniano", de maiores preocupações cénicas e estéticas, onde despontam filmes como "Manhattan" ou "Annie Hall". Isto porque, embora o rigor não esteja posto de parte na realização de Match point, Allen deixa de lado conceitos que sempre figuraram como lugar comum no seu cinema. Com efeito, a acção não tem o ritmo próprio de Woody Allen, talvez por já não ser a sua Manhattan o pano de fundo, mas a fria e soturna cidade Londrina.
É, no entanto, um filme sobre relações, sobre relações amorosas, sobre o casamento e a infidelidade, a mentira e a cumplicidade, talvez em termos conceptuais, um prolongamento de "Annie Hall". Avistamos, porém, dois conceitos que são explanados, de uma forma, nunca antes vista, no cinema de Allen - A sorte e a obsessão.
O filme começa, aliás com um discorrer sobre o primeiro dos citados conceitos, explicando-se, desta forma, o título "Match point". É apresentada uma rede de ténis com uma bola a deambular de campo a campo, metaforizando-se a situação da "net ball" como uma alegoria aos acontecimentos fortuitos que determinam o futuro. Neste âmbito a situação é similar ao argumento de "Instantes decisivos" tcc "Sliding doors", do realizador Peter Howitt. No entanto, parece-nos, mais que tudo, um evocar do plano final da obra prima de Michelangelo Antonioni, "Blow Up" e, porventura até, uma "homage".A situação da bola de ténis e da rede apresenta-se, aliás, como a chave do filme, constituindo um significante da ideia que, a final, se vem a concretizar, aquando da cena da aliança e da ponte sobre o Tamisa.
É uma história de relações, de poder, de ascenção e até de obsessão. Chris, interpretado por Jonathan Rhys Meyers, é um antigo tenista profissional Irlandês que nunca alcançou muito sucesso e que se instala em Londres para dar aulas de ténis num clube de elite. Aí conhece Tom, que mais tarde o vem a apresentar à sua irmã Chole, com a qual acaba por se casar por dinheiro. Ao mesmo tempo, Chris conhece também Nola, a namorada de Tom, personagem magnificamente interpretada por Scarlett Johansson.
Entre os dois gera-se imediatamente uma atracção, mesmo antes de Chris saber que Nola era a namorada de Tom, e que acaba por desembocar numa relação oculta e de forte componente sexual.
É do triângulo amoroso entre Chris, Chloe e Nola que "Match Point" respira uma ambiência de intriga e sedução, desembocando no assumir de responsabilidades por parte de Chris, e num mini-ensaio cinematográfico acerca do sentimento de culpa, evocação clara a uma das grandes referências de Allen em termos de cinema, Ingmar Bergman.
Um filme que vale, definitivamente a pena, e que constitui, seguramente, um dos melhores trabalhos de Woddy Allen como realizador.
É, no entanto, um filme sobre relações, sobre relações amorosas, sobre o casamento e a infidelidade, a mentira e a cumplicidade, talvez em termos conceptuais, um prolongamento de "Annie Hall". Avistamos, porém, dois conceitos que são explanados, de uma forma, nunca antes vista, no cinema de Allen - A sorte e a obsessão.
O filme começa, aliás com um discorrer sobre o primeiro dos citados conceitos, explicando-se, desta forma, o título "Match point". É apresentada uma rede de ténis com uma bola a deambular de campo a campo, metaforizando-se a situação da "net ball" como uma alegoria aos acontecimentos fortuitos que determinam o futuro. Neste âmbito a situação é similar ao argumento de "Instantes decisivos" tcc "Sliding doors", do realizador Peter Howitt. No entanto, parece-nos, mais que tudo, um evocar do plano final da obra prima de Michelangelo Antonioni, "Blow Up" e, porventura até, uma "homage".A situação da bola de ténis e da rede apresenta-se, aliás, como a chave do filme, constituindo um significante da ideia que, a final, se vem a concretizar, aquando da cena da aliança e da ponte sobre o Tamisa.
É uma história de relações, de poder, de ascenção e até de obsessão. Chris, interpretado por Jonathan Rhys Meyers, é um antigo tenista profissional Irlandês que nunca alcançou muito sucesso e que se instala em Londres para dar aulas de ténis num clube de elite. Aí conhece Tom, que mais tarde o vem a apresentar à sua irmã Chole, com a qual acaba por se casar por dinheiro. Ao mesmo tempo, Chris conhece também Nola, a namorada de Tom, personagem magnificamente interpretada por Scarlett Johansson.
Entre os dois gera-se imediatamente uma atracção, mesmo antes de Chris saber que Nola era a namorada de Tom, e que acaba por desembocar numa relação oculta e de forte componente sexual.
É do triângulo amoroso entre Chris, Chloe e Nola que "Match Point" respira uma ambiência de intriga e sedução, desembocando no assumir de responsabilidades por parte de Chris, e num mini-ensaio cinematográfico acerca do sentimento de culpa, evocação clara a uma das grandes referências de Allen em termos de cinema, Ingmar Bergman.
Um filme que vale, definitivamente a pena, e que constitui, seguramente, um dos melhores trabalhos de Woddy Allen como realizador.