terça-feira, janeiro 27, 2009

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Auto-estradas e intersecções

Em "Le goût des autres", Agnès Jaoui, essa brilhante argumentista, espelha a clara ideia de que a certos seres sensíveis, apenas lhes falta o acesso a certo e determinado tipo de informação, para que essa sensibilidade se "qualifique" e por essa via se torne universal.

Ao fim e ao cabo, a ideia que Jaoui tenta transmitir, não é a de que há gostos de uns superiores aos dos demais, mas apenas e tão só que "o gosto de uns é o gosto dos outros".

Interessantes as ideias que se retiram deste filme e interessantes as assumpções que do mesmo se inferem relativamente ao serviço social que incumbe aos que difundem a cultura.

Ao fim e ao cabo, não se trata nunca de ser o mais culto e daí nos podermos superiorizar aos demais na eterna luta pelo poder, mas somente de encontrarmos semelhantes em níveis de qualidade parecidos aos nossos, para daí superar a existência. É esse o objectivo da cultura, parece-me..., que o gosto de uns possa ser, em parte, o dos outros..., que existam intersecções..., que se falem linguagens semelhantes...

Ora, vejo por aí muitos Castella's que não se entendem com professoras de inglês, muito menos com actrizes dramáticas... E não me parece que, no presente estado de sítio, algum dia o possam vir a fazer... Não me parece sequer que haja intenções de isso vir a acontecer...

Citando o defunto: "Se sabeis estas coisas, bem aventurados sereis se as praticardes"

Reinterpretações



(Ingmar Bergman - 1973)



(Michelangelo - 1499)


terça-feira, janeiro 20, 2009

Newsletter do Primavera musical - Castelo Branco (acabadinha de receber)

PRIMAVERA MUSICAL 2009
15º Festival Internacional de Música de Castelo Branco
NEWSLETTER – Janeiro 2009

Que 2009 seja um ano muito preenchido de boa música!
Se tudo corresponder ao calendário apresentado pela Direcção Geral das Artes, em Fevereiro, na primeira quinzena, teremos disponíveis os primeiros resultados obtidos pela nossa candidatura aos apoios directos quadrienais do Ministério da Cultura. Estes resultados são extremamente importantes não só para a edição deste ano, mas também para o futuro do Primavera Musical. Daremos notícias logo que as recebermos. Relembramos que todas as informações veiculadas nestas newsletters são condicionadas por estes mesmos resultados.

15 anos de Primavera Musical! Muitos foram os momentos de exaltação musical que vivemos ao longo destas edições do Festival e será algo injusto referir apenas duas ou três, mas vamos arriscar e prometemos voltar a lembrar outros momentos numa próxima oportunidade. Um dos marcos que merece amplo destaque é aquele que foi o concerto que nos mostrou, logo no início, que valia a pena continuar com o Primavera Musical: o Quarteto Borodine, no ano do seu Jubileu, comemorando 50 anos de existência, provocou uma enchente no auditório que, na altura, era o mais usado por nós, o da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. A surpresa foi enorme, pois embora seja um grupo incontornável, na música de câmara, nunca esperámos tamanho entusiasmo e até alguma histeria. Cadeiras suplementares, longas ovações e intermináveis sessões de autógrafos, no final. Todos os discos que havia disponíveis para venda desapareceram num ápice e até lembramos algumas discussões porque havia quem quisesse aquele disco e não o outro. Foi esse o último ano do violetista Dmitry Shebalin com o quarteto e passado pouco tempo o primeiro violino Mikhail Kopelman sairia também, tornando este concerto um acontecimento único.
Num outro registo, a vinda do guitarrista Egberto Gismonti ao Primavera Musical quase que esteve para ser cancelada mal o extraordinário músico brasileiro pisou o solo português. Eventualmente o seu cabelo comprido, as calças de ganga, a barba grisalha e a caixa da guitarra, impulsionaram a polícia de fronteira para um questionário considerado pelo autor de “Água e Vinho” como inaceitável. Após muito tempo de espera o primeiro contacto foi mesmo esse: manifestou-nos a sua vontade de voltar já para o Brasil. Ao fim de cinco minutos de conversa tudo acalmou um pouco e ainda bem. No dia seguinte e perante um Cine-Teatro Avenida completamente lotado, Egberto Gismonti, primeiro com a sua guitarra e, depois, no piano, deixou uma marca que ainda hoje perdura em muitas pessoas. E que melhor resultado para o nosso trabalho de programação e produção, que as marcas que, aqui e ali, o Primavera Musical vai deixando no seu público?

É por isso mesmo, que estamos a trabalhar para que este ano de 2009, seja marcado pelo nosso aniversário.
Já vos falámos no guitarrista Martin Taylor e no Quatuor Psophos, mas queremos que saibam um pouco mais, nesta newsletter de Janeiro.
Qual o papel da Crítica Musical nos nossos jornais, rádio e televisão? De que forma os meios digitais estão a alterar a função do crítico? Até que ponto a dimensão do mercado afecta a actividade do crítico? E lá fora, como é?
Estas são apenas algumas das perguntas que vão estar em discussão no Fórum dedicado à Crítica Musical, que vamos organizar nos dias 23 e 24 de Maio, em Castelo Branco. Convidamos Cristina Fernandes, que escreve habitualmente no jornal Público, para ser a coordenadora deste espaço, que irá contar com a participação de alguns dos mais destacados críticos que trabalham em Portugal.

Esta é uma das novidades que estamos a preparar para si, mas gostávamos também que soubesse que dedicaremos uma parte do Primavera Musical 2009 ao bicentenário da morte de J. Haydn. Um dos concertos mais importantes será a apresentação de Canções a três e quatro vozes pelo grupo Voces Caelestes, dirigido por Sérgio Fontão e com Ana Mafalda de Castro, como cravista. Será a primeira vez deste magnífico grupo não só no Festival mas também na região, o que constituirá uma oportunidade única e imperdível, para os ouvir. Mas quando será? Tudo aponta para o dia 16 de Maio!

A próxima newsletter será enviada em Fevereiro.

Até lá, Boas Músicas e vão tirando notas para a agenda!
Carlos Semedo
Co director artístico e produtor executivo

Toda a Primavera aqui:
http://www.primaveramusical.org/ http://www.primaveramusical.blogspot.com/
Posfácio: Alegra-me saber que há cultura no interior do país, com qualidade, diversidade, informação democrática e calendarizada e, especialmente, altruísmo e dedicação. E não estou a ser cínico, apenas inversamente realista e democraticamente opinativo...
Deixo um link para uma coisa que, embora demasiado urbana e passivel de urticário contágio a quem por estes feudos dela tome conhecimento (se é que não tomou já), poderia ser útil a futuros projectos:
E uma coisa deste género a abarcar Fundão, Castelo Branco, Guarda, Covilhã, Idanha e mais o que vier...? Seria assim tão mau? A U.E. não financiava?
Ups..., o bairro, já me esquecia..., disparate..., esqueçam lá o posfácio... Está muito bom sim senhor! :)

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Bertolucci e os triângulos

(The Dreamers - 2003)



(Novecento - 1976)


Façam-se as consideraçãoes que se fizerem, teremos que convir que a idade traz às pessoas uma certa calma...

terça-feira, janeiro 13, 2009

O mundo de hoje que vai repudiando a humanidade...

A propósito do cinema de Ford, que nos mostrava o que de melhor podia haver na América, e a propósito também de um revisonamento de "O Juiz Priest", pergunta-se: Onde andam os juízes Priest deste mundo?
Há uns tempos via, no Câmara Clara, um programa sobre o Ruy Belo, em que se falava dos tais seres solitários que já não têm espaço no mundo de hoje...
Curioso este evoluído mundo de hoje...
É que o Priest também sabia que os homens não eram bons, que andavam sempre em busca de algo... Ainda assim, as conversas que tinha com o sepulcro da sua falecida mulher eram humanas, parece-me...
Venham eles, se ainda existirem!

segunda-feira, janeiro 05, 2009

A "soma" que ainda vai faltando...




Inscrição na tsil gniliam: há cerca de dois meses

Mails recebidos: 0
Mas vai-se continuando a trabalhar..., há música em pano de fundo, feliz e natalícia, como convém... Tampões para os ouvidos? Naturalmente... Como será possível trabalhar de outra forma? Já houve tempo em que se furtavam colunas, lembro-me, na adolescência... Como já não somos adolescentes, resta-nos apenas lutar pela melhor das "somas"..., ou pela menos má...