Welcome to the freak show!

Tudo acontece quando Aviva (interpretada por uma mão cheia de actrizes), uma rapariga dos seus treze anos, cujo grande sonho é ter filhos, engravida e é obrigada a abortar pelos pais. Aviva decide então fugir de casa, na sua viagem cruza-se com algumas personagens tais como Joe, um camionista que depois de ter estado preso leva uma nova vida de "virtude" ou Mama Sunshine, uma mãe adoptiva de um sem número de meninos problemáticos. Essa viagem vai acabar por a levar de volta a casa, não sem antes ter contribuído, por exemplo, para o assassinato de um médico que fazia abortos, ou se ter apaixonado por Joe; uma sequência de eventos surreais...
Mas é só perto do fim que Solondz nos explica a filosofia do filme: que o nosso carácter é definido na juventude e se mantém inalterado ao longo da vida, ou seja, podemos ter várias aparências (daí as várias actrizes no papel de Aviva) mas teremos sempre apenas uma idiossincrasia imutável. De encontro a esta ideia vem também o nome do filme, pois, tal como um palíndromo pode ser lido da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita, também podemos olhar para a nossa personalidade de vários pontos de vista que ela será sempre a mesma! Concordando-se ou não, esta explicação vem trazer algumas respostas e dar algum sentido ao que até aqui parecia apenas ser uma galeria de horrores.. Falta apenas referir que o filme, apesar de tudo, acaba por ser uma comédia, pois ao espectador não é deixada outra hipótese que não rir-se de tudo e todos, sob pena de se sentir extremamente incomodado com o que se passa no ecrã, enfim, bem vindos ao universo doentio de Todd Solondz!

1 comentário:
Do Solondz só vi o "Hapiness". Doentio, concordo, mas ainda assim bom...
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