quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Temporada de patos

No Domingo estive em casa do David e da Vanda, dois amigos meus. Pelo meio de um sem número de conversas, apareceu-me a Vanda com um filme na mão, que me aconselhou e logo se predispôs a emprestar. Não conhecia o filme, não tinha sequer ouvido falar sobre ele, mas fiquei imediatamente cativado com a capa, que podem ver no canto superior direito deste post. Os meus parabéns a quem tratou do marketing do filme...

O filme chama-se "Temporada de Patos" e é de um realizador mexicano, cujo trabalho ainda não conhecia, chamado Fernando Eimbcke. Esta é a sua primeira e, até à data, única longa-metragem e foi realizada em 2004.

Segunda feira fui até casa de outro amigo, o Roxo, e decidi-me a levar o filme comigo, até porque a ideia era passar um serão cinéfilo. No final, um grande bem haja à Vanda por mo ter emprestado e um simultâneo bem haja ao Roxo por mo ter permitido visionar! Que bela descoberta!

O filme tem como cenário de fundo a casa de dois miúdos pré-adolescentes que se apanharam de rédea solta, sem a respectiva progenitora. Aqui, para além dos dois miúdos, vão-se reunir uma vizinha adolescente mais velha que eles e um entregador de pizzas na casa dos trinta anos. Tudo acontece quase fortuitamente e, a final, assiste-se a uma espécie de simbiose entre todos.

Temporada de patos é um filme algo estranho do ponto de vista da estrutura narrativa. Aliás, não digo estranho, mas complexo. Isto porque nunca é fácil imaginar uma história onde ela aparentemente não existe...

No encruzar das histórias destas quatro personagens vão-se debatendo assuntos bem sérios e densos. Desde a sexualidade ao amor, passando pelo trabalho, pela liberdade e pela concretização de objectivos.

A fotografia é muito boa, facto que notamos mal o filme começa! Gostei muito do quadro dos patos... é sempre reconfortante pensar que se pode viver nele... na liberdade...
Deixo uma fala do filme, muito bonita, que aparece na contracapa do DVD e para a qual a Vanda já me tinha alertado (Bem haja novamente!):

"Muitas vezes os patos...

...sentem uma grande
necessidade de emigrar

isso não significa que um pato
que emigre seja um pato mau,

mostra apenas que é a sua natureza
que o faz emigrar

procuram águas novas
ou climas mais quentes.

Sei lá, são patos..."

4 comentários:

Anónimo disse...

Vi-o em reposição no King no Verão e não fiquei tão bem impressionada. Ou melhor, eu até gostei do filme e dessa forma subtil como se vai dizendo muito quando não se parece dizer nada mas há vários momentos em que o filme cai numa monotonia extrema...
(escrevi sobre ele na altura no blogue antigo quando o vi, explico lá melhor o porquê de ter gostado de umas coisas e não ter gostado de outras)

Ursdens disse...

Li o que escreveste sobre o filme no "play it again". Concordo que não seja um filme "excelente". Entendo o que dizes em relação aos aspectos, um tanto ou quanto, monótonos. De qualquer das formas foi um filme que me tocou. Teria que ver outra vez para me passar o deslumbre e apreciar o filme de uma forma estritamente objectiva. Não sei se o vou fazer... :D

Anónimo disse...

Não o revejas então :)
É sempre bom reter impressões positivas... Prefiro guardar esses "revisionamentos-que-talvez-mudem-a-percepção" para filmes que não gostei, com a esperança de algo melhorar. O que se sentiu bem, que fique!

Ursdens disse...

É mesmo isso que vou fazer, embora, via de regra, reveja sempre os filmes de que gostei mesmo muito... Acabo por gostar sempre ainda mais! :D