sexta-feira, novembro 28, 2008

"Comment l'ignorer?"

A Índia anda bonita, anda...

Acho que há para aí muita gente que devia ver ou rever este filme...

É que a culpa é de todos, mas é, especialmente, dos que têm maiores doses de consciência... E esses não são terroristas, ou pelo menos não se assumem como tal...

Convém lembrar...

segunda-feira, novembro 24, 2008

Cinema mudo - Desenvolvimentos da "psicose cultural fundanense"...

eheh! Apercebi-me agora que não há nada de mal nos cartazes para lá do "20-30 de Novembro, terça a domingo", "essa equação hilariante"... Consultem o calendário...
O Raio do poster não anuncia um ciclo de cinema mudo... É publicidade enganosa! Aliás, quem é que iria imaginar que um cartaz que diz em letras garrafais "Cinema mudo", se referiria a um ciclo de cinema mudo?!?... Só um doidinho... Afinal a publicidade enganosa refere-se a mais uma "produção a Este", que mais poderia ser? Raios partam... Faz lembrar a história da "avózinha e do netinho":
Netinho: Ó avózinha, olha ali um cartaz que diz cinema mudo!
Avózinha: Cala-te... Não se fala de cultura no fundão... Não te disse já que é pecado!
Netinho: Mas ó avózinha, é um ciclo de cinema mudo...
Avózinha: Não te disse já para estares calado! Vês como és burro?!? Que raio te passou pela cabeça para pensares que um cartaz que diz, em letras garrafais, "cinema mudo", se refere a um ciclo de cinema mudo?
Netinho: Mas então, ó avózinha, refere-se a quê?
Avózinha: Já te disse para estares calado... Parece que não queres receber a mailing list...
Netinho: Mas ó avózinha, eu só quero saber o que diz o cartaz...
Avózinha: O que é que eu te disse desde pequenino? No Fundão, cartazes bons são os que se vêm antes das eleições, o resto não interessa...
Netinho: Mas ó avózinha, eu não quero ser político, só queria ver cinema mudo...
Avózinha: Então muda de terra ou de país, porque nesta terra, de cultura, só se fala "a Este", entendido?
Netinho: Está bom avózinha, mas pelo menos levas-me àquele colóquio cultural sobre sopas húngaras?
Avózinha: Vá lá que o meu menino não perdeu o rumo... Levo sim, vou só consultar a mailing list...
(Isto pode não ter muita piada, mas apeteceu-me...)
Adiante:
Houve, de facto, ciclo de cinema mudo, mas esse nem direito a posters teve... Deve ter sido uma projecção muito "intimista"..., tipo "orgia numa vivenda do estoril"... Se houve, ou não, sexo promíscuo, isso é que já não posso garantir... De qualquer forma, se foi mudo, não deve ter valido grande coisa...
De resto, a moagem já tem site actualizado outra vez... Já tinha tido há uns bons meses... Mas, enfim, deve ser como a agenda cultural... Chega o início do Verão e faz-se agenda para três meses, depois vai-se de férias (ou supõe-se que sim, porque se não foi esse o motivo não se consegue aventar mais nenhum...) e, passado o verão e quase todo o outono, aparece a agenda cultural de Novembro! Magnifique!!!
Se a aposta na qualidade está ganha, ou não, não sei...,aliás, sei mas não digo mais do que já disse... Agora, que a aposta na descontinuidade e no "gerir sem rumo" tem ido avante, isso é uma verdade inconstestável, pelo menos ao nível da cultura..., que, para o resto, estou-me bem marimbando...
Novidade de última hora: Parece que há uma newslwtter "à séria" no site da moagem... Pode ser mais um ensejo de publicidade enganosa, adverte-se, por prudência... Ainda assim, divulga-se... Eles chamam-lhe "mailing list"... Vamos ver quantos e-mails é que me chegam por mês e quantos trazem algo interessante?... Mas quase que se aposta, isto é sol de pouca dura... É como a história do Pedro e do Lobo..., ou pelo menos tem sido...

sexta-feira, novembro 21, 2008

...

Passei, agora, incidentalmente pela moagem, olhei com alguma atenção, e tirei uma foto, que me despertou a atenção e me fez regressar ao escritório:


A foto é de telemóvel e não tem grande qualidade, mas olhando-se atentamente, consegue-se perceber o que digo...

Parece que a informação coincide com a do tal site da rádio renascença, do qual falei no post anterior...

Vou pesquisar mais...

Passados alguns minutos:

Até agora 1-1..., mas vamos continuar...

Passado 1 minuto:

2-2! Está renhido!!!

Vamos lá ver se isto não tem que ir a penáltis...

Passado outro minuto:

O árbitro vai na quarta página do google, há duas que não encontra nada, pelo que dá por encerrada a partida...

3-2 - Vitória inequívoca do cartaz situado à porta do Tribunal!

Valha-me ao menos isso, até porque foi o único ao qual, até ao dia de hoje (ainda ontem, dadas as horas), tinha prestado atenção... É que durante a semana trabalha-se...

Resta-me ainda uma dúvida:

Aquele adiado, mesmo no meio da foto acima...

Quer dizer que foi tudo adiado?

Quer dizer que só foi adiado o "magnânimo acontecimento" dos "f.r.i.c.s. qualquer coisa"? (que raio vem a ser isto?)...

Sei que a foto está encandeada, mas, se não usasse flash, também não apanhava nada...

De qualquer forma, não pode deixar de se notar o magnífico trabalho de design deste "Adiado". Aquele rebordo vermelho excita-me... Que loucura!, aliás, que "fricalhada"...

Note-se que o trabalho de design nem é o problema..., até estou a ser parvo em certa medida... Se calhar o aproveitamento do trabalho de design é que não foi o melhor...

Chego, portanto, a uma única conclusão:

Há lojas que têm manequins na montra, algumas até com preços...

Há outras em que, inclusive, se tem que tocar à campainha para entrar...

Na moagem até há montra e manequim, com horários e tudo... Mas a "publicidade é enganosa", até indutiva de psicose, perante a restante informação a que temos acesso...

Temos que entrar sempre, para confirmar...

Se fosse psicanalista, se calhar diria que esta tendência cultural fundanense, elitista do ponto de vista do resultado, reflecte um inconsciente desejo de se assumir, de uma só vez, como elitista... De qualquer forma, não sou psicanalista e os subconscientes não se perscrutam em cartazes de rua, ou mesmo em manequins de cidades dos "engenhos" e das artes...

Já nem tenho vontade de ir à moagem... Já nem me apetece... Ainda assim, irei sempre que souber de algo que me agrade... Mas vou deixar de procurar... Tem que me vir parar às mãos... Vou-me tornar "culturalmente fundanense", pelo menos quanto a eventos culturais no Fundão...

E assim começam, as "pessoas que voltaram", a embrutecer...

Não posso, acima de tudo, correr o "risco de doença mental"... É que até posso ser eu que faço uma enorme confusão com estes factos, que, de um ponto de vista normal, se revelariam perfeitamente coerentes... Mas depois ninguém pagava a indemnização...

Ironias à parte... O que é isto?

quinta-feira, novembro 20, 2008

Ciclo de cinema mudo - Dizem-nos os cartazes...

Já começou o ciclo de cinema mudo na cidade do Fundão! De 20 a 30 de Novembro, terça feira a domingo - "Dizem os cartazes".


É, na minha opinião, interessante que se adopte uma postura "cinéfila" no que diz respeito à divulgação do "cinema" por parte de uma autarquia. Quem conhece o cinema percebe o que digo... Neste sentido, nada a dizer sobre este ciclo. É uma aposta na qualidade, feita por parte de uma companhia teatral que, talvez no passado, tenha comprometido tal aposta...

Não conheço bem as obras da "ESTE - Estação Teatral da Beira Interior"... De qualquer forma, relativamente à única amostra que pude recolher, uma peça de teatro cujo título é "Pax Romana" e que tive a infelicidade de ver, por "hilariante lapso" no que toca à compra de bilhetes, posso estabelecer um paralelismo entre a "ESTE" e uma companhia de teatro de qualidade, semelhante ao que se estabeleceria entre um "pão bolorento" e "uma broa de milho feita num forno a lenha pela avózinha"...

Exagera-se? Talvez..., ou talvez não... Se calhar enfatiza-se, tão só...

Não critico o trabalho dos actores, que me parece esforçado e digno de alguns reparos positivos, no que diz respeito à qualidade desse mesmo trabalho... Critico, sim, a escolha do conteúdo... Embora não saiba, nem possa saber com certezas, se essa escolha pertence exclusivamente à ESTE..., ou seja, se quem está à frente da ESTE é, ou não, um autor...

Poder-se-á inclusive dizer que a peça "Pax Romana" é uma peça para ser vista por crianças e que, nesse sentido, até terá qualidade... Mas aquilo a que assisti nas comemorações do dia mundial do teatro na cidade do Fundão, foi a um auditório cheio de gente, cuja grande maioria nunca vi na vida e cujo universo total teria apenas cerca de um por cento de crianças...

E pergunta-se:

Será que essas pessoas foram ver o teatro por iniciativa própria? De onde vinham elas? Será que essas pessoas, ao ver a informação acerca de uma peça chamada "Pax Romana", se dirigiram voluntariamente às bilheteiras da moagem, compraram o seu bilhete e assitiram ao espectáculo?

Muito francamente, não sei... O único que sei é que elas chegaram praticamente todas juntas, enchendo, de súbito, a moagem, mais parecendo que se tratava de uma qualquer "excursão organizada", do que do "exercício livre de um hábito cultural"...

Poderá, esse tipo de exercício, existir no Fundão? Parece-me que sim... As terras fazem-se das pessoas que lá vivem, não são nada por si só... Se no Fundão vivessem só "lisboetas", ou "portistas", ou "coimbrões", entre outros, claro está, "o galo cantaria de outra forma"... Mas esses, "os fundanenses que conheceram a urbe"..., não voltam! E duvido que a grande maioria deles algum dia volte...

Porquê?

Leiam este texto com atenção... Será, concerteza e pelo menos, parte da resposta à pergunta enunciada...

Tentei encontrar na internet uma imagem do cartaz deste ciclo de cinema mudo, para a expor neste blog, prestando a informação necessária a quem quisesse exercer um hábito cultural em liberdade... As únicas imagens que encontrei na internet não permitiam o "copy paste", pelo que não o pude fazer... Aliás, havia uma que permitia, a que está no site da "ESTE"..., mas nessa imagem foram retiradas as datas...

No site da câmara municipal, tal ciclo não vem divulgado, ao contrário do que aconteceu com anteriores ciclos... Existem sim, um sem número de cartazes colados na cidade do Fundão, pelo que nenhum Fundanense poderá dizer que não teve conhecimento do mesmo...

De qualquer forma, pelo método de divulgação seguido, duvido que seja possível a qualquer beirão, que não fundanense, ou mesmo a qualquer português, que não fundanense, ter acesso fácil a esta informação...

Poder-se-ia aventar o argumento de que "o que se faz no Fundão é para os fundanenses"... Mas, a esse argumento, confesso não ter capacidade para responder, ressalvando, naturalmente, a expressa ironia que ora se demonstra...

Gostaria muito que todas as autarquias da beira interior tivessem uma newsletter cultural... Gostaria muito de poder ser "algo para lá do Fundão"... Gostaria que, nas sessões que existem na moagem, estivessem presentes fundanenses, covilhanenses, albicastrenses..., lisboetas, até!..., mongóis, porque não? :)

E gostaria também de, de vez em quando, dar um saltinho à Covilhã, ou a Castelo Branco..., para assistir a qualquer coisa que tivesse qualidade... Mas só posso dar esse saltinho a Lisboa, ou ao Porto, ou a Coimbra..., porque, no fundo, só lá é que existe qualidade... Porque o que não se divulga não existe!

Não gosto de falar de política..., apesar de confessar que, em certa medida, é o estou a fazer... Não é por se perceber Aristóteles que o poder nos corrompe... Não é sequer por perceber Maquiavel... É, tão só, por "exercer Maquiavel"!...

Não gosto de políticos, enquanto políticos..., de todos eles!... De qualquer forma, o que pretendo é apenas viver numa "CIDADE"..., tão só... E o epíteto, esse, já existe... Faltará porventura o resto...

Vejo tanta gente a trabalhar na câmara... Será que não há "UM" desses trabalhadores com disponibilidade para fazer uma newsletter cultural?

A culpa não é dos trabalhadores, atente-se... Porque esses têm famílias, empregos..., e o que pretendem apenas é subsistir, viver...

De quem é?

Não me interessa (ponto)

Vou ver se dou um saltinho à moagem no dia 12, pode ser que ainda vá a tempo...! Há muito que não vejo cinema numa "SALA", com uma tela gigantesca, daquelas que nos consomem "evangelicamente"! Sei que não é essa a tela que existe ou algum dia poderá existir na tal coisa a que chamam "cidade do engenho e das artes"... Não sou arquitecto..., apenas penso que um edifício tem que ser construído "FUNCIONALMENTE" e, se não o é, pouco se poderá fazer no futuro...

Ainda assim, é "gira" a moagem! "Bonitinho" o edifício... É um museu por si, porque, partindo-se de um modelo pré-existente de arquitectura industrial, se conseguiu arejá-lo com toques de contemporaneidade... Aliás, ainda durante o Imago, assisti a uma espécie de "excursão de pensionistas", vindos de lugares remotos, à Moagem... Assisti até a parte da visita guiada... Que grande visita..., a dos pensionistas, claro está...

Está "gira a moagem"..., reeitera-se... Bem mais gira do que o Fundão merece, parece-me...

Não sei é se tem as valências necessárias a que lá se faça tudo o que se diz poder lá ser feito... Quando se fazem edifícios para mostrar obra, não reflectindo o carácter teleológico da obra, é isto que normalmente acontece... Ainda assim, não sei, sublinhe-se..., apenas reflicto...

Deixo o programa do presente ciclo, "escavado" neste site. Afinal de contas, pode ser que, assim, existam maiores possibilidade de por lá aparecer um qualquer mongol! :)

5 de Novembro, 21h30 – Estúdio Cinema"A Magia de Méliès"

1- The Eclipse, The Courtship of the Sun and Moon
2- Long Distance Wireless Photography
3- The Coock in Trouble
4- The Black Imp
5- The Hilarious Posters
6- The Wonderful living fan
7- The Mysterious Retort
8- The Enchanted Sedan Chair
9- The Playing Cards
10- The Untamable Whiskers1

12 de Novembro. 21h30 – Estúdio Cinema“Pamplinas Maquinista”

A obra-prima incontestada de Buster Keaton, um dos maiores cómicos do cinema, pela primeira vez em alta definição, imagem a imagem. Em “Pamplinas Maquinista”, Johnnie, maquinista da locomotiva, prova a sua coragem à sua amada, alistando-se no exército. Piadas, acção e emoção sucedem-se ao ritmo da música especialmente composta por Joe Hisaishi. O filme termina com uma canção inédita interpretada por Anna Mouglalis e escrita por Georges Moustaki.

15 de Novembro, 23h00 – Lounge Cinema/MúsicaChaplin vs F.R.I.C.S

Curtas de Charlie Chaplin musicadas pela Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa.A F.R.I.C.S é um ponto de união entre algumas das mais obscuras celebridades do underground portuense. Comungando do espírito ruidoso, festivo e comunitário das fanfarras da nossa infância, cada actuação da F.R.I.C.S leva o público numa viagem psicadélica em direcção a um lugar muito distante das habituais noções de “fanfarra”, “recreativa”, ou “colher”.A viagem psicadélica aqui proposta acompanha as imagens dos filmes de Charles Chaplin, propondo uma singular banda sonora original.

Ps: Se não gostarem de cinema, não frequentem este ciclo... Guardem-se para a "tibórnia" que, como conceito, é também bastante interessante... Só não se pode é "tibornizar" o cinema...

Ps2: Deixa-se uma foto tirada ao cartaz afixado em frente ao tribunal do Fundão, igual a todos os restantes... Que belo cartaz? Reparem nas datas... É irónico, não é?

Vou ver se me deixo de olhar para cartazes... Ainda fico esquizofrénico..., pode ser que já não vá a tempo do dia 12...

Ps3: Deixa-se o cartaz encontrado no site da "ESTE"... Tiraram-lhe as datas? eheh!




Se calhar já não vou à moagem no dia 12... Pode ser que fique por casa a ver um filme, pode ser que vá cavar um bocado de terra, ainda assim, a única vantagem desta "TERRA", venham as pessoas que vierem, porque começo a desconfiar que, quem vem, apenas o faz se "puder exercer Maquiavel" ... E a urbanidade reserva-se à urbe...

segunda-feira, novembro 17, 2008

"A culpa"

No outro dia pus-me a pensar na Amelie Poulin... Aquela vontade toda de desfazer os erros do passado..., o subconsciente..., a "era da consciência"...

Haverá arte sem sentimento de culpa? Haverá, sequer, comunicação?

E depois lembrei-me da religião, e da espiritualidade, e da célebre distinção entre ascetismo ordinário e extraordinário..., e dos "extraordinários" ascetas franceses (cátaros*), e dos evangelhos originais, e de Filipe o Belo, e do fim dos templários, e da tendência para a loucura, e da tendência dos "ordinários exércitos de Deus" para destruírem os loucos...

A perspectiva historicista é sempre interessante... Afinal de contas, nada se inventa, tudo se conjuga, repetitiva e circularmente...

Mas tudo isto são só lembranças, atente-se...

Deixa-se uma frase de Voltaire:

"(...)Entende-se por fanatismo uma loucura religiosa, sinistra e cruel; é uma enfermidade que se contrai como com a varíola(...)"

Equlíbrio? Conduzirá a algum lado? Não de um ponto de vista pessoal, mas de um ponto de vista macro-social?

Sei lá, nem quero saber..., (a essa questão têm-se dedicado os "exércitos de Deus" e os "exércitos do Diabo") mas procuro-o...

*A palavra cátaro tem uma raiz etimológica grega, catharos, que significa "puro".

Para maiores desenvolvimentos sobre esta problemática visitem este texto, que me parece bem estruturado, rigoroso quanto baste e pleno da "possível" informação sobre o assunto...

sexta-feira, novembro 07, 2008

E assim que acaba...

Na ausência de falatório sobre a puberdade de Bergman, poderíamos tecer elogios ao uso da profundidade de campo em Welles...

Bastamo-nos, no entanto, com a constatação do que, de substantivo, existe em Citizen Kane... A vida de Welles mostrou-o...

Será possível fugir ao poder sem encontrar a loucura?

Acho que sim! :)

É assim que começa...