terça-feira, dezembro 26, 2006
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Um possível roteiro pelo cinema asiático
O cinema japonês é talvez aquele que mais tem chegado aos nossos ecrãs e provavelmente o que o espectador ocidental melhor conhece...Em relação aos marcos históricos, existem, pelo menos, três nomes a reter: Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi e principalmente Akira Kurosawa. O primeiro, cuja obra é um reflexo da sociedade dos anos 50 e 60 e reflecte todas as mudanças operadas na altura, possui na sua parte formal uma característica única no cinema mundial, que é o facto de todos os planos serem captados de baixo para cima, o que, tendo em conta que um japonês que vivesse nessa altura passaria bastante tempo a olhar o mundo dessa posição, tem algum sentido. Em relação à sua obra aqui ficam duas propostas "The End of Summer" e o seu mais aclamado filme, "Tokyo Story". Ao contrário de Ozu, a obra de Mizoguchi está longe de ser contemporânea, recaindo principalmente sobre a história do Japão, sendo os seus filmes mais conhecidos "Tales of a Pale and Mysterious Moon After the Rain" e "Diary of Oharu". Também Kurosawa optou por se debruçar sobre o passado tendo adaptado com sucesso a técnica dos Westerns aos filmes de espada e samurais. Hoje em dia é considerado um clássico mundial e filmes como "Ran", "The Hidden Fortress", "The Bodyguard" ou "Seven Samurai" são marcos da história do cinema.Andando para a frente no tempo e passando ao lado dos novos nomes do cinema de terror como Kiyoshi Kurosawa, Hideo Nakata ou Takashi Shimizu, mais alguns nomes marcaram, ou começam a marcar, pontos: Shohei Imamura, galardoado por duas vezes com a palma de ouro com os filmes "The Eel" e "Ballad of Narayama", Nagisa Oshima com "Merry Christmas Mr. Lawrence" e o polémico "In the Realm of the Senses", Takeshi Kitano com "Dolls" e "Fireworks" e Takashi Miike ("The Bird People in China", "Gozu" ou "Audition") para muitos um realizador de culto.Mas não só o cinema convencional tem um lugar de destaque no Japão, também a animação atingiu ao longo do tempo um patamar bastante importante. "Akira" de Katsuhiro Ôtomo e "Ghost In The Shell" de Mamoru Oshii, a par de outros, são considerados como os filmes que lançaram o fenómeno Manga, hoje um culto à escala mundial.. No cinema mais infanto/juvenil o estúdio Ghibli marca pontos com dois realizadores geniais nas suas fileiras: o aclamadíssimo Hayao Miyazaki, realizador de "Spirited Away", "Princess Mononoke" e "Kiki's Delivery Service", e Isao Takahata criador de "Grave of the Fireflies" (para mim um dos melhores filmes de animação da história) e de "The Raccoon War".
A Coreia do Sul é talvez, de todos os países asiáticos, aquele em que se deu um maior "boom" criativo nos últimos tempos. Por entre a imensa panóplia de filmes interessantes dois realizadores foram ganhando destaque, Kim Ki-duk ,autor de filmes como "3-Iron", o belíssimo "Spring, Summer, Fall, Winter... and Spring" ou "The Isle", e Park Chan-wook com a sua trilogia sobre a vingança, "Sympathy for Mr. Vengeance", "Old Boy" e "Sympathy for Lady Vengeance". Outros filmes que também merecem ressalva são "Oasis" de Lee Chang-dong e a comédia romântica "My Sassy Girl" de Kwak Jae-young, um filme bastante diferente do estereótipo associado ao género..
Em relação a Taiwan três nomes saltam à vista: Hou Hsiao Hsien com filmes como "A City of Sadness", "The Puppetmaster" e "Millennium Mambo", Edward Yang com "Yi Yi" ou "A Brighter Summer Day" e, apesar de nascido na Malásia, mas há muito radicado em Taiwan, Tsai Ming-liang, um realizador com um universo muito peculiar. Adepto do plano fixo e de um ritmo muito lento, não deixa por isso de ter produzido alguns filmes bastante marcantes tais como "The Hole", "Vive L'amour" ou o meu favorito "Rebels of the Neon God".
Projectado por peter killer por volta das 19:10 4 projecções
sexta-feira, dezembro 15, 2006
O primeiro filme sobre prisioneiros de guerra?
Projectado por peter killer por volta das 12:41 1 projecções
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Manderlay
Em "Manderlay", Grace (desta feita interpretada por Bryce Dallas Howard) abandona novamente o seu pai para se juntar à comunidade de uma pequena aldeia. Aí encontra uma espécie de "mundo perdido" em que a escravatura se mantém instituída, não obstante já ter sido abolida no resto dos Estados Unidos, há cerca de setenta anos.
Projectado por Ursdens por volta das 00:07 0 projecções
terça-feira, dezembro 05, 2006
A última pérola de Angelopoulos
O filme perpassa a história da Grécia desde o fim da primeira grande guerra até ao fim da segunda guerra mundial e segue a vida de uma família que serve de espelho da época e das mudanças políticas que se vão operando com o passar do tempo. Mas o enredo está longe de ser o mais importante do filme...
A câmara mexe-se sempre devagar devagarinho para que o espectador se possa perder nos planos sépia sempre equilibrados e bem construídos e emprestando ao filme um ritmo lento, mas que nunca chega a ser chato. E a música?.. A música quando sobe e enche a tela e nos enche a nós! Perfeito! Foi muito bom ver outro realizador além do Kusturica a usar a música como personagem de um filme..
É a soma de variadíssimmos aspectos: o ritmo, a cor, a luz, a banda sonora, a construcção geométrica e mística do plano, que constroem uma ambiência de sobriedade única e transformam este filme num dos mais belos dos últimos anos.
Ainda assim dizer que o tom melodramático da última meia hora vem diminuir à categoria de excelente filme o que as duas horas anteriores tinham construído de obra-prima! Apetece começar a editar o filme e cortar uns planos, nasce o desejo de alterar apenas uma coisa aqui e ali.. É pena!! Fez-me lembrar o que senti quando vi o "Era uma vez na América" de Sérgio Leone, tão perto da perfeição e depois tão perto da tvi!
Para terminar dizer ainda que o "Prado das lágrimas", apesar de tudo é um filme extremamente bonito e, como é o primeiro de uma trilogia, deixa antever a possibilidade de mais cinco horas de cinema de boa qualidade!
Projectado por peter killer por volta das 00:03 4 projecções
domingo, dezembro 03, 2006
A Ciência dos Sonhos
Ps: Como diria o Palma, "na terra dos sonhos, não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar..." (se calhar não é bem assim...)
Projectado por Ursdens por volta das 10:16 1 projecções