domingo, setembro 30, 2007

Mais uma vez..., o IMAGO!

Começou ontem o Imago, festival multidisciplinar de cinema e música que vai trazendo ar fresco à primeira semana de Outubro na cidade do Fundão. É fenomenal como se pode organizar, numa cidade de província, um evento que não ficaria nada mal se fosse feito numa qualquer capital europeia. Desde já os meus parabéns aos organizadores!

O festival não foge aos seus moldes habituais, caracterizados por inúmeros filmes e curtas em rodagem permanente, bem como alguns dj set's, live acts e concertos para ouvir pela noite dentro. Novidade, apenas o facto de a Moagem estar, nesta edição do Imago, a funcionar a 100%, dotando o festival de mais e melhores infraestruturas.

Este ano a minha disponibilidade noctívaga não é a mesma de anos anteriores, facto pelo qual me decidi a aproveitar os filmes, deixando a música para o último fim de semana.

Ontem, uma vez que não gosto de cerimónias de abertura e, especialmente, fujo a sete pés de qualquer mostra cinematográfica que tenha o nome de Andy Warhol associado, decidi ver o filme "Loud Quiet Loud", um documentário sobre os Pixies.

Dizer, em primeiro lugar, que os Pixies são, acima de tudo, uma banda muito especial para qualquer amante da música alternativa. Não falo de qualidade musical, mas sim de uma ambiência adolescente que, para quem viveu certas e determinadas coisas, será um lugar comum até ao fim da vida!
O documentário em si é fraco, devo dizê-lo... Como o título o "poderia" sugerir, centra-se na ideia de uma banda que nasceu, morreu e voltou a renascer. Neste âmbito, todo o enredo gira à volta de um conceito comercial, o de vender a imagem dos Pixies como produto do passado, projectando-a no presente e no futuro e abrindo portas para um possível novo álbum.
É, no entanto, um documento essencial para alguém que goste dos Pixies. Mostra-nos os Pixies de agora, "gordos e feios", anteriormente destruídos pelo alcóol e pelas drogas, tentando um caminho na sobriedade, com família, com filhos, com projectos futuros... Esta ideia de que a indústria musical cria fenómenos e depois os destrói não é nova... Ainda há pouco tempo li uma entrevista de Jonh Lydon dos Sex Pistols, em que o mesmo dizia ter sido isso que aconteceu a Sid Vicious...

De resto, "Loud Quiet Loud" é o pretexto ideal para ouvir e cantarolar mentalmente "Hey", "Monkey gone to heaven", "Gouge away" ou "Where is my mind", entre muitos outros temas! Só por isso já terá valido a pena este primeiro dia de Imago.

terça-feira, setembro 04, 2007

Descubram-se as diferenças...



Descobri, na fnac, estas duas novas edições atribuídas a Ingmar Bergman, às quais se juntam outros dois títulos, cujo nome não me recordo agora.
De imediato comprei os dois filmes, não tendo adquirido os restantes por défice orçamental (típico deste período do ano...).
Apenas um senão no que à edição diz respeito...
Enquanto que "Segredos de mulheres" e os restantes dois filmes desta colecção são realmente realizados e escritos por Bergman, no que toca a "Eva" apenas o argumento é do "filho do pastor protestante", sendo que a realização é de um tal de Gustaf Molander (facto descoberto com a leitura dos créditos na contracapa do dvd e cujas letras medem cerca de um milímetro de altura...), até então desconhecido para mim...
É triste que se tente vender gato por lebre... À semelhança do que por aí acontece vezes sem conta (recorde-se o caso de "Hostel" que, apesar de apenas ter sido produzido por Tarantino, foi descaradamente colado à sua imagem), desta vez é com a obra de Bergman que se vai brincado... Não me admiraria nada que "The best intentions", filme premiado com a palma de ouro em cannes, realizado pelo aclamado Bille August e cujo argumento é também da autoria de Bergman, viesse a sair numa qualquer edição dedicada ao cinema de Ingmar...
Fiquem prevenidos... Não façam como eu, quando comprarem lebre vejam se não vos dão gato...