sexta-feira, novembro 03, 2006

V for Vendetta

Há muito tempo que não frequentava um clube de vídeo... Acabei por me lembrar que o meu cartão ainda existia e estava válido e, vai daí, toca de ir alugar o belo do filme...

Aluguei este "V for Vendetta", um filme de ficção científica que constitui o primeiro trabalho de realização de James McTeigue e cujo argumento é da autoria dos irmãos Wachowski, responsáveis pela trilogia Matrix.

Ao ler a sinopse na contracapa do dvd, reparei que os produtores tinham feito os possíveis para associar este filme aos Wachowski's e ao Matrix, talvez por objectivos comerciais. Confesso que gostei do primeiro Matrix, mas as duas sequelas são, para mim, pobres e mal estruturadas. Ainda assim arrisquei e, a final, não sei se ganhei ou perdi...

V for Vendetta é uma utopia negra, bem ao estilo de "1984" de Michael Radford. É curioso ver Jonh Hurt no papel de "Chanceler do mal", quando em 1984 o mesmo actor tinha interpretado o herói avesso à sociedade cibernética e funcionalmente instrumentalizada, mas não passa disso, de mera curiosidade.

A acção desenrola-se na cidade de Londres, tendo como pano de fundo uma Inglaterra entregue a um regime totalitário, visto como única salvação para os males a que o mundo estava, então, entregue... Falam-nos de vírus, de guerras biológicas, de restrição das liberdades individuais, etc. ... Enfim, lugares comuns a qualquer filme com esta temática que, se já estava esgotada entes de "V for Vendetta", neste momento apresenta-se definitivamente saturada. É este o grande pecado do filme, peca por falta de originalidade e não acrescenta nada de novo...

Temos o herói, os vilões e a menina bonita. Temos o futuro pintado de negro e a possibilidade de redenção estampada por ideais...

O filme é também político, dado que aborda a questão do terrorismo sob o ponto de vista inverso àquele a que estamos habituados. Neste sentido, um mergulho nas teorias que vêm os sitemas ocidentais como nefastos na sua organização política maquiavélica e um papel relevante atribuído ao terrorismo na libertação dos povos e, mais ainda, das pessoas...

As interpretações são medíocres... A primeira meia hora de filme está mal estruturada... A temática é corriqueira...

Em abono do filme diga-se apenas que, finda a primeira meia hora, a acção entra nos eixos e consegue, secundada por uma boa fotografia, proporcionar um entretenimento agradável, mas apenas isso...
Recomenda-se para um domingo à tarde, em que a capacidade neuronal não seja grande e a pachorra para ver um bom filme escasseie...

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